Via Iris : AMOUR (Michael Haneke, Austria, 2012)

Passei o dia na companhia do casal Georges e Anne.

Ela teve um derrame e está piorando visivelmente.
Ele é carinhoso com ela mas às vezes não sabe bem o que fazer.
O amor é forte mas não o suficiente para deter o tempo e a ruína.

Gosto muito de Haneke. "Cache" fora para mim meu melhor filme de 2005. "Die Weisse Band" meu melhor filme de 2009. Agora vem "Amour". Li textos dizendo que era um filme diferente de Haneke, onde nao havia tanta violencia. Como não? Não é uma violencia causada pelo homem - os homens são vítimas da violencia da crueldade do tempo.

Emanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant oferecem um tour de force. Nas pequenas expressões e nos silencios. Na postura dos corpos. A sequencia dela exercitando o arrastar em diminutas voltas num comodo, levado por ele, é uma das cenas de dança mais pungentes do cinema. Quando percebemos que ela ao piano é ele ouvindo gravação daquilo que não é mais... (vejam no treiler).

Haneke fez um dos filmes mais belos e doloridos dos últimos tempos.