Nos EUA pré-eleições, TVs gritam, mas "silêncio dos para-brisas" é mais eloquente

E qual a história da vez? O que se vê até agora são protagonistas sem brilho, dramas caducos, coadjuvantes desastrados. Os republicanos esmeram-se na arte de tropeçar nos próprios pés. 

Começou com o circo de horrores das primárias. Passou pela convenção, cuja maior proeza foi reduzir o inquebrantável Clint Eastwood a uma mistura canhestra de Samuel Beckett com Didi Mocó.

 A cereja do bolo veio quando, num vídeo, Mitt Romney pôs em prática a última inovação tática de sua campanha: chamar metade do eleitorado de bunda-mole. 

Obama sofre tentando requentar os antigos sucessos de bilheteria. Quatro anos depois do êxtase, a realidade pediu a conta --e aquela paixão original, se não acabou, empacou no pântano da convivência e do pragmatismo. 

Ninguém resumiu melhor as contradições da campanha democrata que o humorista Jon Stewart, que batizou a tentativa de reeleição de "Esperança e Mudança 2: Às Vezes a Sequência É Ainda Melhor... Mas Geralmente Não."

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Folha de S.Paulo - Mundo - Nos EUA pré-eleições, TVs gritam, mas "silêncio dos para-brisas" é mais eloquente - 23/09/2012: