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    segunda-feira, abril 18, 2011

    Não só artistas se venderam a ditadores

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    Cantando na areia

    SÉRGIO AUGUSTO
    Antes elas se apresentavam em Las Vegas sem se incomodar com o jamegão de um mafioso no contracheque. Depois passaram a gravar comerciais no exterior, promovendo até produtos de que nunca quatro anos, descobriram um novo mercado de trabalho: shows particulares para ditadores africanos e sua parentela. Com a indústria de discos fazendo água por todos os sulcos, os tiranos foram recebidos como um presente de Euterpe. Só a família Kadafi contratou os serviços de meia dúzia de estrelas pop, nos últimos quatro anos.
    Confesso que fiquei mais impressionado com as preferências musicais dos ditadores (lorde Acton diria que até o gosto musical o poder absoluto corrompe absolutamente) do que com o comportamento insensato dos artistas citados, de resto, uma tradição no show business. Maurice Chevalier, Jean Cocteau e Sacha Guitry se esbaldaram com os nazistas, Elis Regina cantou o Virundu para o general Médici. Sim, eram de outro nível os inocentes e os oportunistas de antanho. A indulgência que as estrelas pop, por sua ignorância, talvez mereçam não se aplica aos experts e políticos que, por interesses vários, a maioria inconfessáveis, se aliaram aos sobas de todos os quadrantes da África e neles puseram asas.

    Em represália ao atentado a uma discoteca berlinense por terroristas líbios, em 1986, Ronald Reagan oficializou a demonização de Kadafi, tachando-o de bárbaro e inimigo dos Estados Unidos. Em 2008, com outro republicano na Casa Branca, todas as barbaridades cometidas ou estimuladas pelo coronel foram indultadas. Obcecado com a guerra ao terrorismo e de olho gordo no petróleo, Bush, que dois anos antes suspendera o boicote econômico à Líbia, estendeu o tapete vermelho para Kadafi tão logo o ditador prometeu suspender seu programa nuclear. Em questão de horas, US$ 2,5 bilhões em petróleo saíram de Trípoli para os Estados Unidos. Nos meses seguintes, as exportações americanas para a Líbia subiram 419%.

    A acochambração com a ditadura de Kadafi foi uma vitória de um poderoso grupo de lobistas a serviço de corporações ligadas ao petróleo (BP, ExxonMobil, Halliburton, Chevron, Conoco, Marathon Oil), à indústria da defesa (Raytheon, Northrop Grumman) e a multinacionais do porte da Dow Chemical and Fluor, que só tinham a perder com a Líbia na lista negra. Todas elas faturaram horrores no feudo de Kadafi, nos últimos três anos.

    Já devíamos estar acostumados à prevalência da “moral do lucro”, mas porque somos bobos e românticos seu triunfo sempre nos surpreende e aturde.
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