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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    segunda-feira, outubro 18, 2004



    VOLTANDO DE VIAGEM

       relembro as paisagens passando com tristeza.
    A viagem foi uma peregrinação.A idéia era irmos levando as cinzas funerárias de minha mãe até uma certa curva num certo rio, no extremo norte do Espirito Santo, numa área brasileira que antes chamavam de Mata Atlântica.
    Acabou não rolando, ficou para o Dia de Reis, em janeiro, quando mais gente da familia partiria na jornada.

    Mas a jornada houve, com quem pode ir, aos primórdios de uma vida passada.
    Passada no interior do Brasil. Onde a sifilização mal chegara. Num escuro de fogueiras sem luz elétrica e suas aparelhagens derivadas. Onde as histórias se criavam de boca.

    A tristeza nem foi a propria peregrinação.As vidas transmutam mesmo em cinzas e vão embora. O pesar foram as paisagens. O mesmo rio rolava pela mesma curva mas não eram os mesmos barrancos verdejantes. Por onde se andava ali eram estradinhas de terra em meio a matas e matas e morros de matagal. Eventualmente, clareiras, vilas, cidadezinhas e alguns pastos e bastante roçados.
    As viagens duravam dias.

    Agora se vai por asfalto entre pastos e pântanos e casas e prédios de andares e se anda mais rápido nas cheganças mas em terras desoladas e carecas. Os bichos foram embora onde ruminam os bois. Bem, por trechos longos vê-se árvores sim, muitas, enfileiradas. São eucaliptos. E mais eucaliptos. Iguais.

    Fui vendo tudo com olhares de decadência e descuido. Os índios se espalharam e as tradições foram destratadas. Tudo pobre. O vento uiva pelos barracos e as madeiras descascadas e o banquinhos quebrados e as bandeirolas rotas.

    As águas ainda rolam e o mar vem em ondas e as baías e os barrancos são belos. Mas estão saudosos.

    Eles vieram, derrubaram tudo, a terra virou-se de pernas pro ar, e partiram em busca de novas paragens, deixando este rastro. Pessoas vivem neste rastro. Definham.


    adendo

    Descobri que até o pitu está ameaçado de extinção (e não se pode mais pescá-lo).
    Por outro lado, consegui comer pitanga no mato, como antes. Gosto de infância.
    Eram dois ou tres pés esparsos porém carregados. Lembrei de quando passava ali, e de minha casa até a praia eram pítangueiras direto. Chegava na praia com as mãos e a cara vermelhas.





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