OS PITBRASIS

João Ximenes Braga, primeiro em sua coluna ontem no Ela de O Globo,
e hoje num box também em O Globo de matéria sobre pitboys dando porradas na noite e infernizando a vida de frequentadores de casas noturnas

tece observações interessantes. Os ataques pit em Ipanema são apenas a exacerbação da boçalidade que caracteriza o nosso tempo, as pessoas, o relacionamento entre as pessoas. O que chama de "microviolência nossa de cada dia".

Refiro-me àquela que não usa pólvora, é silenciosa e não vira notícia. Está no dono de cachorro que se acha dono da calçada, no flanelinha que se acha dono do meio-fio, nos motoristas que se acham donos da rua e nos motoristas de ônibus que se acham donos de tudo. Está no playboy que passa a mão na menina no show do Fatboy Slim. Na história do amigo do amigo que bateu no retrovisor de um carro, foi seguido até em casa e emboscado na portaria.

Ou então
Esses garotos exarcebam uma inconseqüência que é bastante generalizada na cidade: a senhorinha que deixa o cachorro fazer cocô na rua e dane-se quem pisar, o pai de família que dirige costurando sem se importar com a possibilidade de causar um acidente... São todos exemplos de uma inconseqüência que já impregnou a alma carioca. O pitboy, que deixa seu pitbull sem coleira na praia e de noite se junta para espancar gente indefesa, exagera ao máximo esse princípio de nunca, jamais, levar o outro em consideração.

A mesma matéria traz uma entrevista de Adriana Castelo Branco com um pitboçal que é de arrepiar !